angelofhell
angelofhell
Photos
Visitors

Today: 0
Week: 0
Total: 638

%AVATAR%

%LOGIN% %TIMESTAMP%

%COMMENT%

angelofhell

28 de dezembro de 2010 às 21:07 7 views

A tão sonhada liberdade

Apenas mais alguns minutos e tudo estará acabado.
O pensamento que ecoava em sua mente, juntamente com a pergunta: por que teve de ser assim? Eis ai a duvida.
Nada mais faz sentido em sua mente perturbada, a única saída esta bem a sua frente, foi para isso que subira tão alto naquele monte, e não sairia dali até cumprir seu objetivo, encontrar a tão sonhada liberdade.
Ele senta-se e por mais alguns momentos sente o vento forte em sua pele, ele esta livre, ali no topo daquela montanha, lá em baixo esta sua pequena cidade, não muito agitada, mas também não esta calma.
Ninguém sentiu sua falta ainda, como sempre aliás, lá de cima ele vê tudo tão pequeno, o mundo visto como um formigueiro, os carros e caminhões, passando rápido na auto-estrada, a correria do dia-a-dia, isso não faz sentido algum.
O jovem Simmons olha atento o alegre voo do pássaro livre, e sabe que dentro de alguns segundos, ele faria a mesma coisa, mas não para o alto... e sim para baixo, em queda livre.
Isto fazia muito sentido em sua mente doentia, acabar com a vida voando para a liberdade, e pensava na sensação, de seu corpo encontrando o chão, morte instantânea. Isso trás um sorriso ao seu rosto, e uma lágrima aos seus olhos.
Uma parte dele acredita que poderá voar, parte dele quer desistir, e ainda assim, continua imóvel, a observar o céu, o entardecer, o pôr-do-sol, seu ultimo pôr-do-sol. Adia sua morte mais um pouco para ver o ultimo luar, e o ultimo céu estrelado, a noite esta bela, em suas roupas, o luto de sua alma, retira o pedaço de papel. A carta que escrevera, para que não pensassem que tinha sido assassinado, sim por que causar mais problemas? Todos deveriam saber que ele como dono de si mesmo, decidiu o dia, a hora e como morreria, fazia sentido para ele.
Mais sentido do que viver amarrado a afazeres de todos os dias, as preocupações que impediam as pessoas de vê-lo, como o homem que ele desejava ser, poucas pessoas entendem como é difícil lutar, para ser o que se deve ser, e ter que suportar as criticas, de um mundo que nunca esta feliz, enfim, poucas pessoas sabem o que é viver.
As luzes das cidades começavam a acender, e ele via ao longe as luzes de Curitiba, dentro de alguns momentos, haveria multidões se divertindo, dentro das baladas, ou pelas ruas mesmo, em algum bar quem sabe? não importa.
A lua começa a irradiar a noite, “uma bela noite para morrer” ele pensa.
Põe-se de pé, sente o vento forte e gelado, congelando sua face, e agora sim, esta pronto pra sentir esta tal liberdade, passo a passo ele segue, destino certo para a face do morro, o lugar com a maior queda livre, o vento forte bate com ímpeto em seus cabelos, por mais uma vez Simmons sente medo.
Mas é o que deve ser feito, colocar um ponto final neste vida de decepções, mas não sem antes, ouvir aquela doce voz, retira do bolso seu celular, e disca lentamente o numero, após duas chamadas a linda voz diz:
- alô!
- oi- ele começa tímido- esta tudo bem?
- Sim, estou bem, mas quem esta falando.
Simmons emudece do seu lado da linha, ela não reconhecera sua voz, a dona do seu coração, sequer reconheceu sua voz, a raiva preenche sua frágil alma, as lágrimas carregam seus olhos, ele respira e desliga o celular, levanta e solta...
Passa alguns instantes olhando aquele objeto sem vida cair, talvez aquele objeto negro inanimado, tenha mais valor que ele, com toda certeza tem!
Então Simmons abre os braços e aspira o ar gélido com toda força, e se lança em queda livre. Não deveria demorar tanto agora, não é tão grande a queda, uns 50 metros até que seu corpo encontre o chão, o solo bruto.
Mas o tempo parece parar, e um segundo, se torna uma eternidade, sentindo a liberdade, voando como uma águia, e dentro de alguns segundos, o suave pouso, no mundo imortal, mas ele sabe seu destino, o inferno o aguarda, ainda assim nada mais teme.
Vê a sua vida passando como em um espelho, ele enxerga todos os seus atos, as pessoas que não mereciam seu amor, e ainda assim ele as amou, as pessoas que não mereciam seu ódio e seu rancor, ainda assim as odiou...
O chão se aproxima lentamente, demora um pouco mais do que ele planejou, quando ele visualiza aquele belo rosto, aquele rosto angelical, aquele rosto que acalantou, aquele rosto que o matou.
O chão se torna cinza em segundos, falta pouco, ele sente o choque, morrer é dolorido, ao contrário de suas suspeitas, ele chega vivo ao solo, e sente seu peito batendo com ímpeto contra a pedra.
O grito de dor abafado pela noite, o chão manchado de vermelho, seus ossos quebrados,e lágrimas de dor em seus olhos, a tão sonhada liberdade. Em sonhos não havia tanta dor, o voo durava mais tempo.
Agoniza aos poucos, em cada suspiro, respingam gotas de sangue no chão, já não sente mais dor. Já não sente o vento. Já não sente a liberdade. Já não sente nada.
Em uma bela noite de luar, com belas estrelas a brilhar... ele se vai... com mórbido brilho no olhar...

Subscriptions with local payment methods

Unlimited photos

Subscribe to Meadd

marcelagoncalves

1. marcelagoncalves 28 de outubro de 2013 às 07:29

ooi